A alma não tem cor

A intenção deste trabalho é mostrar o que existe de africano no Brasil e contar coisas da África que ainda são pouco conhecidas, com o intuito de buscar a valorização de nossas heranças africanas, além de divulgar todas as atividades relacionadas à temática na EEM Liceu de Acaraú.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

APRESENTAÇÃO DO PROJETO “BRASIL AFRICANO”




Por Socorro Brandão


Público alvo: Alunos dos 1os anos do Ensino Médio
Período de Realização: 3º bimestre de 2008
Local: EEM Liceu de Acaraú Maria Alice Ramos Gomes
Disciplinas: História, Geografia, Filosofia e Matemática
Professores Responsáveis: Socorro Brandão, Carol Ribeiro e Ramon Germano
Professores Mediadores: Amadeus Pongitori, Alex e FCO Luís



A P R E S E N T A Ç Ã O


Há muito tempo o continente africano é apresentado pela imprensa mundial como sendo a área do planeta onde predominam a fome, as guerras, as epidemias, os extermínios em massa, etc. Em suma, é o lugar mundial da pobreza e da morte. As causas dessas calamidades são apresentadas como sendo inerentes aos povos africanos, isto é, por estarem ainda no estágio tribal de desenvolvimento, não conseguem viver "civilizadamente". Todos os conflitos neste continente são colocados como sendo de caráter étnico ou tratados como meras guerras tribais. Estas concepções tentam encobertar as verdadeiras razões atuais que provocam estas situações, como também descartam a realidade histórica da África.
Existe um mal-estar no campo da ciência em admitir o fato de que o ser humano e seus antepassados se originaram na África. Sabe-se hoje que a humanidade teve seu início neste continente; portanto, foi aí onde as grandes transformações - que geraram o ser humano atual - se fizeram pela primeira vez. Do mesmo modo, as principais descobertas tecnológicas realizadas nos princípios da humanidade são originárias da África - fogo, instrumentos de matérias variados tais como pedras, ossos, madeiras, etc. - descobertas e invenções que possibilitaram a expansão dessa espécie pelo planeta e garantiram sua sobrevivência, apesar das dificuldades do meio físico e das ameaças de outras espécies; portanto, foi na África que o ser humano se transformou em um ser que fabrica ferramentas (tecnologia) e se diferenciou consideravelmente das demais espécies.
A África esteve na vanguarda do desenvolvimento da humanidade não só no seu início como também durante um longo tempo do período chamado de civilização (época a qual até hoje vivemos); portanto, foi também nesta parte do planeta que surgiu o que chamamos a primeira civilização humana: o Egito Antigo.
Como sabemos, e confirmamos ao olhar para as pessoas que formam o povo brasileiro, os negros africanos deram uma contribuição muito importante para o Brasil ser o que é hoje. Depois de uma dura travessia pelo Oceano Atlântico foram obrigados a mudar sua maneira de viver, adaptando seus costumes e suas tradições ao novo ambiente.
Misturando-se aos povos que aqui encontraram, esses negros deram origem à mestiçagem que amorenou a nossa pele, alongou nossa silhueta, encrespou nossos cabelos e nos conferiu a originalidade de gestos macios e andar requebrado. Ao incorporarem elementos africanos ao seu dia-a-dia nas lavouras, nos engenhos de açúcar, nas minas e nas cidades, construíram uma nova identidade e no legaram o que hoje chamamos de cultura afro-brasileira.
A intenção deste projeto é mostrar o que existe de africano no Brasil e contar coisas da África que ainda são pouco conhecidas. Se somos resultado da mistura de índios, africanos e portugueses temos de conhecer melhor o que esses antepassados nos deixaram como herança.


J U S T I F I C A T I V A

Normalmente, quando se fala em História da África pensa-se no tráfico de escravos, em guerras tribais, violência, fome, animais selvagens, dando uma falsa imagem de que os africanos só viveram e só vivem esta realidade. Por conta disto, levantar algumas questões a respeito do desenvolvimento histórico dos africanos torna-se fundamental, tanto para entender seu momento atual como para romper com preconceitos já estabelecidos de que na África não houve história antes da presença européia, mais claramente, a partir da expansão portuguesa pelo litoral africano no século XV.
Diante da necessidade de conhecer para valorizar, justifica-se a realização de um trabalho voltado para a valorização do povo africano e, consequentemente, dos afro-brasileiros, por meio do conhecimento e reconhecimento de que os povos africanos tiveram um papel fundamental no desenvolvimento da humanidade. Não só pela constatação de que a África foi berço da civilização mundial, mas também por serem pioneiros em muitas descobertas que são creditadas aos “brancos”.
Abordar conteúdos relacionados à história da África, as contribuições destes povos para o desenvolvimento da humanidade e do Brasil africano é fazer cumprir nossos grandes objetivos como educadores: valorizar a cultura e a diversidade étnica, gerar debate, estimular valores e comportamentos de respeito, solidariedade e tolerância. Além de ser uma ótima oportunidade de combater o racismo e a discriminação que atingem os povos de origem africana, aí incluindo os afro-brasileiros.
Conhecer as contribuições e as descobertas tecnológicas dos povos africanos é o primeiro passo para reconstruir uma face do nosso passado que ainda precisa ser entendida e valorizada.
Espera-se que este projeto participe dessa caminhada.
O B J E T I V O G E R A L


Conhecer e valorizar as descobertas e invenções dos povos africanos ao longo da história, refletindo sobre a estreita ligação entre o continente africano e o Brasil que resultou nessa intensa miscigenação que formou os afro-brasileiros, propondo ampla discussão sobre a discriminação social e racial em contexto local e nacional.



O B J E T I V O S E S P E C Í F I C O S


Conhecer e comparar diferentes tipos de culturas africanas e afro-brasileiras;

Transformar reflexões, discussões, análises, em mudanças de atitudes e ações, em busca da igualdade;

Desenvolver uma atitude de respeito perante as diferenças, mediante momentos de interiorização, para ampliar o auto-conhecimento;

Valorizar as descobertas e invenções humanas, independente de cor, etnia, religião, sexo e idade;

Praticar o respeito às diferenças culturais e étnicas;

Perceber que a sociedade brasileira é o resultado da miscigenação de variadas culturas, inclusive africanas;

Desenvolver uma atitude de empatia e solidariedade para com aqueles que sofrem discriminação;

Analisar com discernimento as atitudes e situações fomentadoras de discriminação e injustiça social;

Conhecer a diversidade do patrimônio etnocultural brasileiro, cultivando atitude de respeito para com pessoas e grupos que a compõem;

Possibilitar o entendimento da influência tecnológica na vida do homem;

Valorizar as manifestações afro-brasileiras no contexto local e nacional;

Conhecer e valorizar a produção artística como expressão da identidade etnocultural.


D I S C I P L I N A S/ C O N T E Ú D O S


História: Grandes e pequenas invenções dos povos africanos – da pré-história aos dias atuais
Geografia: relações econômicas e sociais entre o Continente africano e o Brasil
Filosofia: Conceito e preconceito x racismo
Matemática: os números da escravidão dos povos africanos, da discriminação racial e social no Brasil.



M E T O D O L O G I A

Estudo e reflexão a partir de textos e imagens
Leitura e interpretação de imagens no LIE
Explanação Oral
Debates
Pesquisa
Produção de textos
Elaboração de murais temáticos
Produção de números artísticos: dança, música, artes visuais e teatro
Ornamentação do stand “África, Brasil e africanidades ”
Exposição dos trabalhos produzidos: culminância FECARTE/08


C R O N O G R A M A DE EXECUÇÃO

ATIVIDADE

PERÍODO DE EXECUÇÃO

RESPONSÁVEL

SENSIBILIZAÇÃO: apresentação do projeto às turmas, explicitando e debatendo os objetivos

2ª semana de SET/08
PCA da área de Humanas

Aulas expositivas dialogadas, debates e estudo de textos/ imagens relacionados aos conteúdos.

2ª quinzena de set/08
Professores

Direcionamento das Pesquisas/
Distribuição de tarefas

2ª quinzena de set/08
Professores

Produção de textos, murais, e números artísticos

outubro /08
Alunos sob orientação dos professores
Ornamentação do Stand
29 de out/08
Alunos, professores e colaboradores das outras áreas/ Núcleo Gestor/ Serviços Gerais/multimeios
Culminância: Exposição dos trabalhos

30 de out/08
Alunos
Desmonte do Stand
Avaliação
31 de out/08
Alunos e professores


A V A L I A Ç Ã O

Critérios:
Participação e envolvimento nos debates;
Capacidade de síntese das informações pesquisadas;
Criatividade e responsabilidade nas produções artísticas, literárias, na realização das pesquisas e na confecção dos painéis;
Participação coletiva na organização da culminância, na exposição dos trabalhos e informações pesquisadas.

Ao longo do desenvolvimento do projeto os alunos serão constantemente observados de forma contínua, processual e sistemática, com base nos critérios avaliativos dispostos nas atividades desenvolvidas e através de instrumental de auto-avaliação.

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