A alma não tem cor

A intenção deste trabalho é mostrar o que existe de africano no Brasil e contar coisas da África que ainda são pouco conhecidas, com o intuito de buscar a valorização de nossas heranças africanas, além de divulgar todas as atividades relacionadas à temática na EEM Liceu de Acaraú.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES PEDAGÓGICAS RELACIONADAS À TEMÁTICA DA HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA




A EEM Liceu de Acaraú Maria Alice Ramos Gomes desenvolve um projeto educativo de acordo com as diretrizes educacionais vigentes e, em consonância com a Lei 10.639/2003, tem incluído a temática da História e da cultura africana e afro-brasileira em todas as disciplinas do seu currículo escolar, como pode ser comprovado pela análise das propostas pedagógicas de cada disciplina e as evidências apresentadas no anexo deste relatório.
As disciplinas da área de Ciências Humanas dão maior ênfase à temática devido à proximidade de seus conteúdos com estes temas. No entanto, todas as disciplinas da área de Linguagens e Códigos e Ciências da Natureza e Matemática, incluíram em seus programas curriculares conteúdos relacionados a estas temáticas, mesmo que não tenham sido tão aprofundados como na área de Humanas.
Na área de Linguagens e Códigos, pode-se destacar o trabalho realizado pelas disciplinas de Língua Portuguesa, Educação Física e Arte/educação.
Na Disciplina de Língua Portuguesa a temática foi desenvolvida por meio do estudo de textos variados: músicas, poesias, debates, produção de murais e seminários, além da utilização em atividades e avaliações de textos direcionados à temática, conforme exemplo de avaliação em anexo. As reflexões, os debates e as leituras realizadas foram fontes para a produção de textos poéticos e dissertativos pelos alunos.
Na disciplina de Educação Física a temática foi incluída em debates, mas a ênfase foi dada durante o desenvolvimento do Projeto Artes Marciais, desenvolvido pelo Professor Emmanuell Mota no 3º Bimestre deste ano letivo, cuja culminância ocorreu na FECARTE – Feira de Ciências, Cultura e Arte, em novembro de 2008. A capoeira foi incluída entre as lutas estudadas neste projeto, propondo amplos debates dessa influência africana na cultura brasileira.
Nas aulas da disciplina Arte/Educação a temática da cultura afro-brasileira foi amplamente trabalhada ao longo do ano. No segundo bimestre, por ocasião da execução do Projeto Acordes com os alunos de 1º ano, os ritmos sob influência dos africanos foram estudados e apresentados por meio de números artísticos (danças, interpretações musicais) e produção e exposição de murais temáticos.
No quarto bimestre a temática está sendo trabalhada com os alunos de 2º e 3º ano. Por meio de metodologias como: leitura de imagens no LIE, aulas expositivas dialogadas, apreciação de músicas, interpretação de letras de músicas, vídeos e produções artísticas em grupos, os alunos estão tendo a oportunidade de conhecer mais profundamente as origens de nossa cultura, especialmente a relação com as raízes africanas e valorizando as principais personalidades afro-descendentes na música, na televisão, no teatro e nas artes visuais.
Na área de Ciências da Natureza e Matemática, vale destacar o trabalho realizado pelos professores de Biologia, que durante a exposição dos conteúdos sobre genética têm proporcionado amplos debates sobre o conceito/preconceito de raça. Além disso, foram pesquisados e apresentados estudos sobre a influência dos costumes africanos na medicina caseira ( ervas medicinais), como herança das crenças das religiões afro-descendentes.
Nas aulas de Física, destacam-se as exposições e discussões sobre a contribuição dos povos africanos na teoria do Geocentrismo e nas discussões sobre biótipos.
Nas aulas de Química os professores propuseram atividades de pesquisa e debates nas amplas contribuições dos povos africanos nas descobertas e manuseio de metais, além de outros temas destacando e valorizando as influências dos africanos em todas as grandes invenções humanas e as contribuições na formação da economia colonial do Brasil.
Na Matemática, destacam-se os trabalhos realizados no Projeto Brasil Africano. Trabalhado de forma interdisciplinar, foram desenvolvidos temas como discriminação social, racial e étnica, por meio de slides, aulas expositivas dialogadas, pesquisas, construção de gráficos e tabelas com base em pesquisas realizadas na escola. Os resultados foram analisados e quantificados por meio de porcentagens, num produtivo trabalho de estatística.
Na área de Ciências Humanas os temas foram mais aprofundados, especialmente na disciplina de História. Além de conteúdos como a escravidão africana, a relação dos africanos com a economia do Brasil, história da África, colonização da África, preconceito, discriminação, dentre outros, procurou-se dar mais ênfase à questão da valorização das heranças e contribuições dos africanos para a formação do Brasil colonial e do Brasil Contemporâneo. Pretendeu-se com isso, desmistificar a ênfase geralmente dada às imagens preconceituosas e racistas da África e de seus povos. O objetivo era fomentar o conhecimento sobre o continente africano, mostrando-o como berço da humanidade e do conhecimento, visando à valorização dos povos afro-descendentes.
Esse trabalho foi desenvolvido principalmente por meio do Projeto Brasil Africano. O projeto deu continuidade ao trabalho iniciado no ano anterior com o Projeto “A alma não tem cor”. Todas as produções dos alunos foram expostas durante a FECARTE e o cronograma de execução do projeto encontra-se em anexo neste documento.
Esta temática também foi contemplada nas aulas 21 e 22 do módulo III do Projeto Primeiro Aprender. O estudo do texto e a interpretação deste geraram calorosos debates sobre a importância dessa temática na atualidade. A realização das atividades contribuiu para aumentar o conhecimento e reconhecimento dos alunos sobre a necessidade de se estudar a história dos povos africanos, afinal, conhecer a África é ver o Brasil.
Nas aulas de Geografia, além das temáticas habituais relacionadas aos africanos e sua influência na formação do povo brasileiro, destacou-se a questão da demografia e ampliou-se o debate com relação às diferenças regionais e as repercussões dessas diferenças na atualidade.
Nas aulas de Sociologia, a temática foi inserida no conteúdo “Quando uma maioria se torna uma minoria” e nos debates sobre as diferenças sociais ao longo da história, especialmente na sociedade brasileira da atualidade.
Na disciplina de Filosofia, o tema dos afro-descendentes é constante fonte de discussões, especialmente quando se trata de pensamento filosófico na antiguidade e na atual conjuntura sócio-econômica mundial, além de debater sobre temas como: racismo, preconceito, discriminação e suas origens na formação do povo brasileiro.
A escola também realiza anualmente, atividades alusivas ao Dia da Consciência Negra. Essa data e as atividades fazem parte do calendário anual da escola. Este ano, houve, nos três turnos, palestras, apresentação de números artísticos, slides, clips, declamação de poesias e muitas outras atividades relacionadas com a temática da valorização da lutas dos negros e de seus descendentes pela liberdade de viver com dignidade.
Desta forma, a EEM Liceu de Acaraú desenvolve seu processo de ensino-aprendizagem de forma coerente com o que afirma a Lei 10.639/2003. Graças a esse trabalho, percebe-se que a clientela está mais consciente da luta contra o preconceito, o racismo e outras formas de discriminação. Nossa meta é formar cidadãos que se reconhecem e têm orgulho de serem afro-brasileiros, além da compreensão de que o Brasil é composto por uma população pluricultural e que, a capacidade e a habilidade de conviver com as diferenças é essencial para a vida em sociedade.

1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

acho otimo a divulgaçao da cultura afro-brasileira,parabens.

26 de maio de 2010 às 10:10  

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